Bacen põe fim ao Drex + Stablecoins já têm valor transacionado maior que Visa

BRASIL

LUCRO DO MeLi FICA ABAIXO DO ESPERADO NO 3T25

O Mercado Livre registrou lucro líquido de US$ 421 milhões no 3º tri de 2025, e ficou abaixo dos US$ 489 milhões projetados. Mas a receita subiu 39%, para US$ 7,4 bilhões, superando as estimativas de US$ 7,2 bilhões.

• Este foi o 27º trimestre seguido de crescimento acima de 30%.

• No marketplace, o volume bruto de mercadorias (GMV) cresceu 28%, alcançando US$ 16,5 bilhões vendidos no trimestre.

• O número foi impulsionado pela redução do valor mínimo para frete grátis no Brasil, de R$ 79 para R$ 19.

• A medida gerou o maior crescimento trimestral de compradores únicos da história da empresa: 77 milhões (+26%), mas diminuiu as margens.

• O Mercado Pago processou US$ 71 bilhões em pagamentos (+41%) e sua carteira de crédito subiu 83%, para US$ 11 bilhões, após o lançamento do cartão de crédito na Argentina.

Em resumo: o MeLi manteve um crescimento acelerado, com oferta de crédito via Mercado Pago e políticas mais flexíveis de frete grátis, que diminuíram as margens. Tudo isso em meio à competição acirrada com Amazon, Shopee e Temu no Brasil.

IBOVESPA CHEGA AOS 150 MIL PONTOS PELA 1ª VEZ

O Ibovespa (IBOV) fechou em 150.704 pontos nesta terça (04), novo recorde histórico. A alta espelha os movimentos em S&P 500 e Nasdaq e a expectativa de corte da Selic, que o mercado agora projeta para início de 2026.

• Segundo analistas, o resultado também vem do movimento de investidores estrangeiros, que deixam de estar 100% investidos no mercado americano e direcionam 1% a 2% do capital para mercados emergentes. Esse fluxo, embora pequeno em proporção, é suficiente para mover preços na Bolsa brasileira.

BACEN PÕE FIM AO DREX

O Banco Central confirmou o fim do projeto do real digital (Drex) aos participantes da iniciativa e vai desligar a plataforma na próxima semana. O motivo? A instituição concluiu que não é viável manter essa infraestrutura estatal em blockchain por falta de garantias de privacidade bancária.

• Segundo apuração do Valor, o BC planeja iniciar em 2026 uma nova fase de estudos sobre tokenização de ativos, com tecnologia “agnóstica” e maior participação do setor privado no desenvolvimento das soluções.

ITAÚ LUCRA R$ 11,9 BILHÕES NO TRIMESTRE

O Itaú registrou lucro líquido recorrente de R$ 11,9 bilhões no 3º tri de 2025, alta de 11,2% em um ano e acima das estimativas de R$ 11,4 bilhões da Bloomberg. O ROE (retorno sobre patrimônio líquido) se manteve elevado, em 23,3%, reforçando a liderança de rentabilidade frente aos pares Santander (17,5%) e Bradesco (14,7%), no mesmo período.

• Concorrência em alta: apesar da consistência histórica do Itaú, o Nu, seu principal concorrente digital - de apenas 12 anos de idade, virou a empresa mais valiosa do Brasil em outubro, ultrapassando Petrobrás e o próprio Itaú.

O que mais aconteceu?

• Brasil deve movimentar US$ 419 bilhões no e-commerce em 2025

• Banco Central endurece regras para operação de fintechs

• Fundos de VC no Brasil investiram R$ 2 bi no 3º trimestre, +23% a/a

• Omnia, do Patria, anuncia participação em data center de R$ 50 bi para TikTok no Brasil

DADOS DA SEMANA

O BOOM DAS STABLECOINS
conteúdo by MB Mercado Bitcoin

O valor total das stablecoins em circulação já equivale a 11% de todo o dinheiro físico em dólares nos EUA, segundo dados do Federal Reserve compilados pela RWA.

• Por que está crescendo tanto? O crescimento é impulsionado por três forças principais: 1) Expansão do ecossistema cripto e da tokenização de ativos; 2) Substituição de liquidez de curto prazo e depósitos internacionais; 3) Realocação de dólares físicos e reservas offshore.

• O que são stablecoins? São criptomoedas projetadas para manter um valor estável, pois são lastreadas em moedas tradicionais, como o dólar, ou em ativos de alta liquidez, como títulos do Tesouro dos EUA.
  

• Elas funcionam como uma ponte entre o sistema financeiro tradicional e o mundo digital, permitindo enviar, receber e armazenar dinheiro em blockchain com transações instantâneas, transparentes e de baixo custo.
  

• Hoje, as stablecoins já movimentam valores anuais maiores que os da Visa, sendo usadas em remessas internacionais, pagamentos corporativos, comércio eletrônico, finanças descentralizadas (DeFi) e até como investimento ou reserva de valor em países com moedas instáveis.
  

• O que o mercado espera? A tendência é que elas se tornem parte consolidada da infraestrutura global de pagamentos nos próximos anos. Projeções do Citi Institute indicam que o mercado pode chegar a US$ 1,9 trilhão até 2030 no cenário base, e até US$ 4 trilhões no otimista.

Go deeper: Veja os principais insights do Digital Assets Conference Brazil 2025, o principal evento sobre ativos digitais para o mercado institucional na América Latina.

by Mercado Bitcoin

MUNDO

TEMPORADA DE RESULTADOS DAS BIG TECHS

Apple
A companhia reportou receita de US$ 94,7 bilhões, com lucro por ação de US$ 1,46, ambos acima do esperado. Mas teve desempenho abaixo do esperado em vendas de iPhones e na China. Mesmo assim, as ações subiram após Tim Cook projetar crescimento de dois dígitos nas vendas de iPhone no fim do ano.

• Na última semana, a Apple alcançou a marca de US$ 4 trilhões de market cap - a 3ª na história, depois de Nvidia (que já chegou em US$ 5 tri) e Microsoft. A alta veio com a percepção de sucesso nas vendas do novo iPhone 17.

• A empresa também está planejando um Mac low-cost, pra ser vendido abaixo de US$ 1 mil e competir com os modelos padrão que usam Windows.

Amazon
A Amazon superou as estimativas com receita de US$ 180,2 bilhões e lucro por ação de US$ 1,95, acima das projeções de Wall Street. O destaque foi a AWS, cuja receita subiu para US$ 33 bilhões, que voltou a acelerar com a demanda por IA. A expansão do negócio de nuvem fez as ações saltarem mais de 9% depois da divulgação.

• A companhia também registrou um ganho contábil de US$ 9,5 bi pela valorização do investimento na Anthropic.

• Esta semana a Amazon anunciou um deal de US$ 38 bi com a OpenAI, que deve gastar esse valor em serviços da AWS nos próximos 7 anos.

Meta
A Meta reportou receita de US$ 51,2 bilhões, superando as expectativas, mas o lucro por ação ficou em US$ 1,05, bem abaixo dos US$ 6,72 previstos - impacto de um imposto pontual e do salto nos gastos com infraestrutura de IA. Já o lucro ajustado ficou acima do consenso. O CAPEX elevado e as projeções de novos investimentos em data centers derrubaram as ações em 6% depois do report.

Microsoft
A Microsoft manteve o ritmo forte em nuvem, com receita comercial de US$ 49,1 bilhões, alta de 26% ano a ano, superando os US$ 48,6 bilhões esperados. O CAPEX total subiu 74%, para US$ 34,9 bilhões, refletindo o investimento em GPUs e servidores de IA para atender à demanda do Azure. Apesar do resultado sólido, as ações caíram cerca de 2%, em meio à preocupação com a escalada dos custos.

Alphabet (Google)
A Alphabet apresentou bons resultados, com receita de US$ 102,4 bilhões, superando os US$ 99,8 bilhões esperados e superando a expectativa no lucro por ação, que ficou em US$ 2,87. O avanço veio impulsionado por novos contratos de IA e crescimento do Google Cloud. As ações subiram 5% depois da divulgação, sinalizando confiança dos investidores na diversificação de receitas e na resposta à concorrência da OpenAI e Microsoft.

O que mais aconteceu?

• Qualcomm anuncia chip para competir em IA com Nvidia e AMD

• Coinbase compra Echo por US$ 375 milhões

• Sequoia anuncia fundos de US$ 950M e dobra aposta no early stage

APORTES BRASIL

• Isa Saúde recebe R$ 160 mi em Série B da IFC para crescer hospital em casa. A healthtech que oferece serviços hospitalares no lar concluiu uma Série B de R$ 160 mi liderada pela International Finance Corporation (IFC), braço privado do Banco Mundial.

• Rhino levanta R$ 15 mi e totaliza R$ 40 mi captados em dois anos. A Rhino, que opera um serviço de carros blindados sob demanda, levantou R$ 15 mi em nova rodada liderada pela TMT Investments e AngelsDeck. Nos últimos 12 meses a empresa triplicou a frota de SUVs blindados, ampliou a base de usuários cadastrados no app para cerca de 300 mil (crescimento de 340 %) e viu a receita saltar 700 %.

• CloudWalk capta R$ 4,2 bi em FIDC para antecipação de recebíveis. A dona da InfinitePay e da americana Jim.com estruturou o FIDC Bela, que levantou R$ 4,2 bi, a maior emissão de 2025 e recorde da fintech, para financiar a antecipação de recebíveis de cartão de crédito. O fundo de cinco anos contou com 87 investidores.

• GamdSports recebe R$ 60 mi para expandir plataforma de gestão esportiva. A startup de Erechim, fundada em 2022 por Vanderlei Carminatti, captou R$ 60 mi de um fundo internacional especializado em tecnologia esportiva. A solução, já usada por clubes como Ypiranga, Chapecoense, Atlântico Futsal e Uberlândia, permite rastrear comportamento de público e embasar decisões estratégicas dos clubes.

M&As BRASIL

• Nstech compra Runtec para integrar superapp logístico. A holding de SaaS para supply chain NSTech realizou sua 37ª aquisição ao comprar a Runtec, especializada em monitoramento logístico e torre de controle para varejo alimentar. A participação combinada das duas empresas no mercado de agendamento para supermercados salta de 12–13 % para cerca de 25%.

• OLX investe US$ 5 mi e vira sócio minoritário da CredAluga. A fintech de garantias locatícias CredAluga levantou R$ 60 mi em setembro em rodada liderada pela Provence Partners, com Caravela Capital, Honey Island 4UM e Norte Ventures. Após o aporte, a OLX, dona dos portais OLX, ZAP e VivaReal, investiu US$ 5 mi (≈R$ 25 mi) para deter uma fatia minoritária na startup. A parceria conecta a base de 34 mil clientes das plataformas imobiliárias da OLX às soluções de fiança digital e ao fundo de garantia locatícia da CredAluga.