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Mercado Livre vai ter farmácia? + Os desafios da Nvidia

E mais: novo ataque hacker ao sistema Pix

Bom dia!

Vem ler o que está acontecendo de mais relevante em tech e inovação.

O que você vai ver nesta edição:

  • Mercado Livre compra farmácia e dá primeiro passo no setor

  • Esquema deflagrado pela Receita Federal que chegou à Faria Lima

  • Mais um ataque hacker, agora à Sinqia

  • Resultados e desafios da Nvidia

BRASIL

MERCADO LIVRE VAI TER FARMÁCIA?

O Mercado Livre está comprando uma farmácia em SP que pertence à startup Memed, especializada em prescrição médica digital. A aquisição marca o primeiro passo do MeLi no varejo farmacêutico e acendeu um alerta para redes como RD e Pague Menos, cujas ações caíram 7% e 4%, respectivamente, logo depois do anúncio.

  • O que está por trás do movimento: A compra permite ao MeLi operar dentro das regras da Anvisa, que hoje limitam a venda de medicamentos online: só farmácias licenciadas podem vender, com farmacêutico disponível durante as vendas e sem uso direto de marketplaces. Remédios controlados também não podem ser vendidos on-line. Com a loja física, o MeLi pode cumprir essas exigências e testar um piloto próprio de e-commerce farma.

  • Farmácia MeLi? Para analistas da XP, já que não pode usar o marketplace, a empresa pode usar o ativo como piloto para criar um canal próprio, como uma “Farmácia MeLi”, e redirecionar tráfego do marketplace para o domínio da farmácia.

  • Preparado para o futuro: essa estratégia ainda deixa o MeLi preparado para possíveis mudanças na lei. Atualmente o PL 2158 já discute uma flexibilização: a venda de remédios em supermercados.

  • Veja quem são os líderes em audiência digital no e-commerce farma, que podem ser afetados por uma eventual escalada do Mercado Livre no setor:

ESQUEMA MOVIMENTOU R$ 52 BI VIA FUNDOS E FINTECHS

Uma operação da Receita Federal chegou até a Faria Lima e revelou um esquema de fraude fiscal e lavagem de dinheiro que movimentou pelo menos R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024 no setor de combustíveis.

  • Como funcionava? Grupos compravam combustíveis com empresas de fachada sem recolher tributos, revendiam para mais de mil postos em 10 estados com preço abaixo do mercado e usavam uma fintech principal, não divulgada oficialmente, para receber os pagamentos em espécie em contas tipo bolsão, sem rastreabilidade.

  • O papel dos fundos: O dinheiro era então transferido para fundos de investimento usados como blindagem patrimonial. A Receita mapeou 40 fundos, com R$ 30 bilhões em patrimônio, usados para ocultar bens como terminais portuários, usinas de álcool, 1.600 caminhões e mais de 100 imóveis.

  • Como efeito colateral, a Receita Federal publicou novas normas para instituições de pagamentos, que terão que prestar contas sobre movimentações financeiras, saldos de contas de pagamentos e operações importantes, assim como bancos e seguradoras já fazem.

MAIS UM ATAQUE HACKER, AGORA À SINQIA

Dois meses após o ataque à C&M Software, hackers voltaram a explorar fragilidades em prestadoras de tecnologia ao sistema financeiro. Desta vez, a invasão à Sinqia-Evertec, que conecta instituições ao arranjo Pix, resultou no desvio de pelo menos R$ 670 milhões, sendo R$ 630 milhões do HSBC Brasil e R$ 40 milhões da fintech Artta. Algumas fontes mencionam até R$ 1 bilhão e 20 instituições atingidas.

  • Os valores foram retirados de contas-reserva mantidas pelas instituições junto ao BC para liquidação de operações como Pix e TED. A Sinqia foi desligada do sistema de acesso do Banco Central, sem previsão de retorno.

INVERNO DE NOVO? INVESTIMENTOS EM FINTECHS NO MENOR NÍVEL DESDE 2020

No 1º semestre de 2025, os investimentos em fintechs no Brasil somaram R$ 820 milhões em 25 rodadas, o menor volume desde 2020, segundo levantamento da Liga Ventures e Spiralem. O estudo mapeou 910 fintechs ativas em julho de 2025, sendo 68% com foco em B2B. As áreas com mais startups são gestão financeira (85 empresas) e meios de pagamento (75). A maior parte das fintechs é considerada emergente (43%), enquanto 28% são nascentes, 24% disruptoras e 16% estáveis.

O que mais aconteceu?

MUNDO

RECEITA RECORDE NA NVIDIA, MAS 40% ESTÁ CONCENTRADA EM SÓ DOIS CLIENTES

Mesmo com resultados recordes no trimestre, a liderança da Nvidia em IA depende cada vez mais de poucos clientes, e está sendo desafiada pelas restrições geopolíticas na China.

  • A receita da gigante no 2T25 foi de US$ 46,7 bilhões (+56% a/a), com lucro de US$ 26,4 bilhões (+59% a/a). A divisão de data centers, que concentra os chips de IA, representou 88% da receita, com US$ 41,1 bilhões.

  • Mas 39% de toda a receita trimestral veio de apenas dois clientes, um com 23% e outro com 16% do total, segundo documentos entregues à SEC. O grau de concentração é considerado perigoso para uma empresa desse porte e acendeu alertas no mercado sobre riscos operacionais e de receita futura. Quatro outros clientes somaram mais 46% da receita, elevando para 85% o total concentrado em apenas seis compradores diretos.

  • E, na China, o cenário não é muito promissor: a Nvidia não divulgou nenhuma venda do chip H20 no último trimestre e já projeta receita zero com esse modelo no próximo. Por quê? As restrições impostas pelos EUA limitaram esse chip para operar abaixo de certos padrões, e o governo chinês passou a desencorajar publicamente sua adoção.

  • Empresas como Alibaba, ByteDance e DeepSeek também estão sob pressão do governo para migrar para chips nacionais, como os da Cambricon. Mesmo com o novo modelo B30A sendo desenvolvido pela Nvidia para contornar as sanções americanas, o mercado está cada vez menos receptivo na China.

ALIBABA ADICIONA US$ 50 BI AO MARKET CAP EM UM SÓ DIA

As ações da Alibaba subiram 19% ontem em Hong Kong, depois de a empresa divulgar expansão na divisão de nuvem (+26% YoY) e “crescimento de três dígitos em receita com produtos de IA pelo oitavo trimestre seguido”. A valorização também veio com o anúncio de um novo chip proprietário de IA e o otimismo com o modelo de entregas ultrarrápidas “instant commerce” via Taobao. Embora a receita total do trimestre (US$ 34,7 bilhões) tenha ficado abaixo das expectativas, o lucro líquido subiu 78%.

  • Zoom-out: enquanto as concorrentes locais JDcom e Meituan seguem pressionadas no varejo, o Alibaba acelera sua virada para IA e nuvem, e se reposiciona como uma plataforma tecnológica nos moldes de Amazon, Microsoft e Google.

APORTES, M&As E PARCERIAS BRASIL
  • Starian anuncia 1ª aquisição após aporte. Após captar R$ 640 mi da General Atlantic, a spinoff da Softplan comprou a plataforma de CRM imobiliário Anapro, que era do Grupo OLX. A aquisição ampliará a base de clientes para mais de 1,5 mil e reforçará soluções de marketing, vendas e pós‑vendas no setor de construção.

  • B3 compra 62 % da Shipay por R$ 37 mi. A bolsa brasileira adquiriu a 62% da fintech de pagamentos Shipay, com opção de comprar o restante até 2030. A transação fortalece a estratégia da B3 para expandir seus serviços para infraestrutura de crédito e de duplicatas escriturais; a Shipay oferece pagamentos integrados para varejistas.

  • Divibank se une à Shopify para pagamentos. A fintech firmou parceria com a Shopify para oferecer roteamento inteligente de cartões e Pix aos lojistas. A colaboração quer diminuir as recusas nas vendas on‑line e ampliar o acesso ao crédito para empreendedores.

  • Sebrae e BTG criam fundo de até R$ 450 mi. As instituições lançaram o Germina, que inicia com R$ 100 mi e pode chegar a R$ 450 mi alocados até 2026 para apoiar inovação em pequenas empresas, com recursos de unidades estaduais aderentes.

  • Axenya capta US$ 12 mi com Canary e Indicator. A healthtech de gestão de benefícios corporativos recebeu US$ 12 milhões em rodada Série A liderada por Canary e Indicator Capital. A empresa, que combina IA, análise populacional e dispositivos conectados para reduzir custos de saúde em até 22 %, pretende ampliar módulos preditivos e integrar wearables

  • Rooftop capta R$ 1,5 mi com tokenização via MB. A proptech iniciou uma captação de R$ 15 mi em fases com o Mercado Bitcoin. A primeira emissão, de R$ 1,5 mi, combina dívida com remuneração variável baseada na performance e utiliza valores mobiliários tokenizados. O investimento mínimo é de R$ 1 mil.

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